O momento é ideal para refletirmos sobre inclusão — inclusive na educação de idiomas.
Uma dúvida comum entre familiares e educadores é: pessoas com autismo podem aprender um segundo idioma?
A resposta é sim! E mais: esse aprendizado pode ser extremamente benéfico.
Estímulos certos, no tempo certo
De acordo com a psicóloga escolar Patrícia Villa, da Casa Thomas Jefferson, quanto mais estímulos
a criança com TEA recebe, melhor será para seu desenvolvimento — mesmo que o ritmo de aprendizado seja
diferente do convencional. “As crianças autistas têm o direito à educação universal,
como todas as outras. O cérebro humano tem a capacidade de formar novas conexões neurais ao longo da vida. Por
isso, os estímulos — como o aprendizado de um novo idioma — são fundamentais”, afirma Patrícia.
Cada pessoa no espectro manifesta características de forma única. Por isso, é essencial adaptar
as estratégias de ensino de acordo com as necessidades específicas de cada aluno.
Um olhar atento faz toda a diferença
Na Casa Thomas Jefferson, o trabalho com alunos autistas é feito com um olhar cuidadoso e individualizado.
Quando há um diagnóstico formal, a equipe utiliza essas informações para construir um plano de
ensino personalizado. Em casos em que o diagnóstico ainda não foi apresentado pela família, a observação
pedagógica é o primeiro passo.
“Temos uma equipe capacitada para identificar sinais e dificuldades. Após essa identificação,
o próximo passo é conversar com a família e treinar os professores, orientando sobre práticas
específicas para aquele aluno”, explica Patrícia.
Aprender um novo idioma vai além da comunicação
Muitas crianças com TEA demonstram interesse pelo aprendizado de uma segunda língua — algo
confirmado pela crescente procura de cursos por parte de famílias de crianças no espectro. E os benefícios
são múltiplos: há avanços cognitivos, melhoria na adaptação a novas situações
e desenvolvimento de respostas mais específicas diante de estímulos diversos.
Aprender um novo idioma pode
abrir portas, desenvolver habilidades sociais e cognitivas e, principalmente, contribuir para a autoestima e inclusão
da criança.