O recital começa com o primeiro movimento do Duo Op. 7, composto pelo húngaro Zoltán Kodály. Juntamente com Béla Bártok, Kodály foi um dos pioneiros do movimento nacionalista fóclorico que ocorreu na Europa no século 20 e, em 1914, compôs esta obra que se tornou um dos mais importantes duos para o repertório de violino e violoncelo. 

Em seguida, Luiz Paulo e Andre apresentarão uma obra escrita sobre o hino nacional britânico "God Save the King", na forma de tema e variações. Composto pelo violoncelista Adrien-François Servais em parceria com o violinista Joseph Ghys, a peça explora técnicas virtuosísticas e desafiadoras dos dois instrumentos. 

Para finalizar o recital, os músicos apresentarão a mais importante obra orquestral com os dois instrumentos de solistas: concerto para violino, violoncelo e orquestra de Johannes Brahms. Também conhecido como Concerto Duplo, a obra foi o último trabalho orquestral do compositor romântico alemão, e logo incorporada ao repertório de solistas e orquestras por toda a Europa. 

Luiz Paulo e Andre apresentarão o Concerto Duplo integralmente, adaptado na versão para solistas e sexteto de cordas feita pelo compositor M. Rechtman com as participações de Márcio Gomes e Raphael Egídio, violinos; João Paulo Machado e Felipe Neves, violas; Augusto Guerra-Vicente e Norma Parrot, violoncelos. 

Os músicos 

Luiz Paulo Dourado Freire, violinista, teve sua iniciação musical no projeto de extensão “Música para Crianças” da Universidade de Brasília. Iniciou seus estudos de violino por meio do Método Suzuki, período no qual foi selecionado para participar do 84° Interlochen Arts Camp nos Estados Unidos. 

Aos 16 anos, ingressou no curso de Bacharelado em Música na Universidade de Brasília. Transferiu-se para a Universidade Federal do Rio Grande do Sul, onde obteve o seu diploma de graduação em violino. Durante a graduação, atuou como spalla e solista com as orquestras sinfônicas das duas universidades. 

Nos EUA, Luiz concluiu o programa de Mestrado em violino performance e viola performance na Universidade do Novo México; recebeu uma assistantship de Mestrado para integrar o grupo Abe Franck String Quartet como primeiro violino; foi selecionado para integrar, como spalla, a New Mexico University Symphony Orchestra; e como violinista e violista na New Mexico Philharmonic, Santa Fe Symphony, e New Music New Mexico Contemporary Ensemble. Ainda nos EUA, foi premiado em competições com o 3º lugar no Young Artists Contest Jackie McGehee, o 1º lugar no UNM String Concerto Competition, e laureado e vencedor do prêmio do público no UNM Summer Music Institute 's Solo Competition.

Em 2019, foi contemplado com uma fellowship para participar do Montecito International Music Festival, no qual foi selecionado para executar um recital de música de câmara com Karen Dreyfus e Sergiu Schwartz. A participação de Luiz em masterclasses conta com importantes nomes da cena musical internacional, incluindo Kronos Quartet, Arditti Quartet, Casals Quartet, Mimi Zweig, Martin Beaver, Ole Bohn, Leon Spierer, Stoika Milanova, Walter Verdehr, Gabriel Marin e Emmanuele Baldini. 

Como professor, Luiz obteve seu diploma de Mestrado em Pedagogia de Cordas na University of New Mexico, e pela Suzuki Teacher Trainer Susan Kempter. Nos EUA, atuou como professor assistente nas classes de graduação de violino e viola e no programa de extensão da University of New Mexico. Coordenou um estúdio particular de violino e lecionou aulas individuais e práticas de orquestra nas escolas Wilson Middle School, Van Buren Middle School, e Highland High School. 

Obteve cursos de formação e aperfeiçoamento no Método Suzuki com Edward Kreitman e Shinobu Saito, além de abordagens complementares, tais como Paul Rolland e Simon Fischer, com Fredi Gerling, Cármelo de Los Santos, e Kimberly Fredenburgh. 

Em Porto Alegre, Luiz atuou como professor de violino na Casa da Música e no Instituto Popular de Arte e Educação. Atualmente, trabalha como professor de violino do Centro Suzuki de Brasília e como coordenador pedagógico do Centro de Musicalização Infantil Mi Fá Sol-Lá.

Andre Dourado Freire, violoncelista, iniciou seus estudos de violoncelo aos 6 anos em Brasília. Em 2022, concluiu o Bacharelado pela Universidade Federal de Minas Gerais. Desde 2021, é bolsista na Academia da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais. 

Andre participou, como bolsista, de importantes festivais de música no Brasil, na Suécia, nos EUA -- na University of New Mexico Summer Music Institute, onde obteve menção honrosa na competição solo, entre outros, tendo aula com grandes mestres. Além destes festivais, atuou em orquestras no Brasil, na Suécia, tendo, muitas vezes, atuado como chefe de naipe. 

Trabalhou com regentes como Gustavo Dudamel, Santtu-Matias Rouvali, Pedro Neves, Giancarlo Guerrero e Neil Thompson. Ganhou editais para fazer recitais com o SESC (projeto SESC convida 2020) e do segunda musical (ALMG), e se apresentou durante a pandemia no ClarinetFest 2020 (EUA) e na série Sextas Musicais da Casa Thomas Jefferson em Brasília (recital de violoncelo solo). Andre cumpre intensa agenda de colaborações como camerista no Brasil, nos EUA e na Europa. Atualmente, trabalha com diversas formações em Belo Horizonte.

A Casa Thomas Jefferson e Brasília 

A história da Casa Thomas Jefferson se mistura com a de Brasília. O centro binacional, entidade sem fins lucrativos, foi criado na capital federal para contribuir para o desenvolvimento dos habitantes por meio de experiências singulares em cultura e educação. Idealizada desde a inauguração da cidade por um grupo formado por brasileiros e norte-americanos, iniciou as suas atividades em 1963, modestamente, em salas comerciais na Quadra 510 da W3 Sul e segue fiel ao seu estatuto e compromisso com a sociedade. 

A série Sextas Musicais destaca-se no cenário de Brasília e do Brasil e pode ser considerada um patrimônio imaterial da capital por sua contribuição à sociedade, às instituições e à comunidade artística. A excelência em todas as áreas em que a Casa Thomas Jefferson adquiriu ao longo de seis décadas e que agora é expandida para outras cidades no Brasil deve ser considerada, com legitimidade, típica e oriunda de Brasília para o Brasil.